
As chances são altas de que você ou alguém próximo tenha experimentado ansiedade. A cada ano, cerca de 17% da população é afetada por algum transtorno de ansiedade, e, ao longo da vida, 28% das pessoas terão essa condição. Entre os transtornos mais comuns que recebo como psicólogo online, estão o transtorno de pânico, transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo e fobias específicas. Além disso, 49% da população já enfrentou, em algum momento, problemas como ansiedade, depressão ou abuso de substâncias, ou até mesmo uma combinação desses.
Impactos na Saúde Física
Transtornos de ansiedade afetam a saúde física de várias maneiras. Pessoas com transtorno de pânico têm mais chances de apresentar problemas como prolapso da válvula mitral, hipertensão, úlcera péptica, diabetes e doenças da tireoide. Homens com ansiedade possuem maior risco de doenças cardíacas, hipertensão, problemas gastrointestinais, asma e dores nas costas. Já as mulheres com ansiedade tendem a apresentar mais problemas cardíacos, metabólicos, gastrointestinais, respiratórios, de pele e artrite.
Aumento da Ansiedade ao Longo do Tempo
A ansiedade tem aumentado com o passar das décadas. Hoje, um adolescente médio experimenta níveis de ansiedade comparáveis aos de pacientes psiquiátricos nos anos 1950. Esse aumento pode ser explicado, em parte, pela diminuição da “conectividade social”: as pessoas se mudam mais, trocam de emprego frequentemente, participam menos de organizações cívicas e religiosas, e casam-se menos ou postergam o casamento. Essa falta de conexão social aumenta sentimentos de insegurança, ansiedade e depressão.
Mudança nas Expectativas
Nossas expectativas também se transformaram nos últimos 50 anos. Aspiramos a um estilo de vida mais rico, somos influenciados por ideais irreais sobre bens de consumo e até sobre relacionamentos e aparência. Nos anos 1950, a estabilidade profissional era comum; hoje, muitos anseiam por essa segurança que desapareceu. A insegurança sobre a aposentadoria também eleva a ansiedade, pois atualmente é necessário contar com economias próprias em vez de planos de pensão garantidos por empresas.
O Papel das Notícias na Ansiedade
Estamos constantemente expostos a notícias ruins, o que amplifica nossa percepção de perigo. Apesar dos avanços em saúde, segurança e condições de vida, a cobertura incessante de eventos negativos nos faz sentir vulneráveis. Mesmo que, na realidade, não estejamos em maior risco, a maneira como percebemos o mundo ao nosso redor influencia fortemente nosso nível de ansiedade.
Conclusão
Diante de tantas pressões modernas, não é surpreendente que a ansiedade seja um problema tão prevalente. Nossa sociedade cada vez mais desconectada, expectativas irreais e o fluxo contínuo de más notícias contribuem para que muitos de nós nos sintamos constantemente apreensivos.