Só remédio não adianta nada

Os medicamentos podem ser ferramentas eficazes no tratamento de sintomas de ansiedade. Para algumas pessoas, um comprimido pode trazer um alívio significativo. Isso é particularmente atraente para quem sente que não tem tempo para investir em psicoterapia. Afinal, por que passar por sessões de terapia se você pode obter uma receita e seguir com sua vida?

No entanto, a realidade é mais complexa. Muitas pessoas acreditam que os medicamentos, sozinhos, são suficientes para resolver o problema. Isso frequentemente leva a frustrações, e aqui está o porquê:

  1. Os medicamentos não funcionam para todos, e a combinação com terapia costuma ser mais eficaz.
    Nem todos experimentam um alívio substancial com o uso de remédios. Na maioria dos casos, os medicamentos apenas suavizam os sintomas de ansiedade. Embora alguns tenham uma resposta dramática ao tratamento medicamentoso, muitos obtêm apenas alívio parcial. Isso leva a uma busca contínua por uma solução ideal que, na maioria das vezes, não é alcançável apenas com medicamentos.

Estudos indicam que, em muitos casos, a combinação de medicamentos com terapia é mais eficiente. Por exemplo, pesquisas mostram que pessoas com transtorno do pânico têm melhores resultados quando ambos os tratamentos são combinados. Resultados semelhantes foram encontrados para ansiedade generalizada e fobias sociais.

  1. A tolerância aos medicamentos pode levar a doses cada vez maiores e ao risco de dependência.
    Com o tempo, muitas pessoas desenvolvem tolerância aos medicamentos, necessitando de doses mais altas para obter os mesmos resultados. Em alguns casos, isso pode levar à dependência, especialmente com medicamentos como benzodiazepínicos.

Por outro lado, a terapia pode ensinar estratégias para gerenciar a ansiedade de forma mais independente, reduzindo a necessidade de aumentos na medicação.

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  1. Os medicamentos podem causar efeitos colaterais indesejados, enquanto a terapia é de baixo risco.
    Os remédios têm potencial para causar efeitos colaterais que, em alguns casos, podem ser tão incômodos quanto os próprios sintomas da ansiedade. Em contraste, a terapia oferece benefícios duradouros sem os riscos associados aos medicamentos.
  2. Os medicamentos podem mascarar os sintomas e impedir que as causas subjacentes sejam abordadas.
    Mesmo que os medicamentos eliminem os sintomas, isso pode diminuir a motivação para explorar as razões mais profundas da ansiedade. Por exemplo, se sua ansiedade é desencadeada por um relacionamento tóxico, os remédios podem aliviar os sintomas, mas não resolvem a dinâmica prejudicial ou ajudam a desenvolver estratégias para lidar com a situação.

Embora os medicamentos possam ser úteis para controlar sintomas, eles não promovem crescimento pessoal ou mudanças duradouras. Quando o tratamento é interrompido, os sintomas frequentemente retornam.

Como um terapeuta pode ajudar onde os medicamentos não alcançam

  1. Identificar as causas da ansiedade.
    Um terapeuta pode ajudar a explorar questões subjacentes que contribuem para a ansiedade, como experiências passadas, traumas ou padrões de pensamento negativos. Entender a origem do problema é o primeiro passo para uma recuperação duradoura.
  2. Fortalecer sua confiança e autonomia.
    Ao trabalhar com um terapeuta, você aprende a confiar mais em si mesmo para lidar com desafios, reduzindo a dependência de medicamentos como solução principal.
  3. Descobrir propósito e desenvolver o melhor de si.
    A terapia pode ir além do alívio dos sintomas, ajudando você a encontrar sentido na vida e a se tornar a melhor versão de si mesmo.

A combinação de medicamentos e terapia é frequentemente a melhor opção

Embora os medicamentos possam ser úteis, sua eficácia é ampliada quando combinados com a terapia. Um plano de tratamento personalizado, que inclua apoio emocional, estratégias práticas e, quando necessário, a participação de familiares, pode trazer resultados transformadores.

Investir em terapia é um passo em direção a um crescimento verdadeiro, não apenas ao alívio temporário.